Prime Video: Feitiço da Lua

O FEITIÇO DA LUA (MOONSTRUCK 1987)

Os encantos da lua, suas fases, seus mistérios.  Será o amor igual à lua?  Que cresce e míngua? 

Um abajur no céu que testemunha os mistérios dos corações. Um filme de conteúdo profundo e ao mesmo tempo abordado de forma leve.  Que nos faz questionar sobre expectativas, zonas de conforto, desilusões, carências e o sublime amor.

Na trama principal, uma viúva chamada Loretta (Cher) de família italiana parece que aceitou sua falta de sorte no amor. Conformou-se em ter baixas expectativas nessa área depois que á vida ceifou seu amor.  A personagem aparece no começo com seus cabelos grisalhos e com um amor acomodado. 

Logo vem a primeira reflexão: Será que podemos nos acomodar ao ordinário? As poucas expectativas? Dá para desistir do sonho da felicidade? Do sonho de um amor que traga encanto? Feitiço? 

A resposta é sim. Obviamente, se olharmos um pouco por nossa volta e a vida que as pessoas levam iremos ver que dá para nos mantermos como zumbis vivendo uma vida a margem de nós mesmos.  Sonâmbulos em vida.  Agora, é saudável? E… será que é isso que a vida quer de nós?  

Já dizia Guimarães Rosa “O que a vida quer de nós é coragem!” De nos confrontar, de nos reinventar de superar amores perdidos.  Um filme cheio de simbolismos nos acorda para isso.

Em sua vida acomodada, Loretta denuncia esse descaso em seus cabelos grisalhos. Uma falta de brilho, de vaidade. O que considero lindo nesse filme é a riqueza dos detalhes e falas que revelam de forma sutil conteúdos profundos.  O filme trás diferentes recortes trazendo toda melancolia e carência dos personagens. Todos em volta do amor. O amor, a real plenitude da vida. 

Um dos recortes do filme que eu particularmente adoro e que pode passar despercebido, se passa em uma das primeiras cenas quando Loretta está no restaurante com seu futuro noivo (que prestes a lhe fazer o pedido de casamento e o garçom costumeiro pergunta se querem sobremesa) Nessa cena John, seu futuro noivo diz que sim, e ela imediatamente fala: “nunca pedimos sobremesa”. 

O significado da falta da sobremesaDo doce é visível.  Enquanto o carrinho de sobremesa ainda está chegando à mesa ele parece vomitar ansiosamente as palavras “Você casa comigo?” 

Loretta por sua vez, relembra a sua falta de sorte no amor e por isso pede para que então seu futuro noivo se ajoelhe para que façam as coisas de forma certa. E o personagem John diz “No chão? Esse é um terno bom!”  

O amor pelo terno fica evidente.  De forma delicada e sutil o filme em uma cena corriqueira mostra como um homem sem amor para dar tem dificuldade de se dobrar diante de uma suposta mulher amada.  Uma crítica feroz ao consumismo e a forma de amar pequena e mesquinha. 

Obviamente que quem se preocupa tanto com sua própria calça também é o mesmo que se esquece do anel de noivado né? RS! Os olhos estão voltados somente para si mesmo. Se esquecendo do anel (super simbólico) Loretta (acostumada com o pouco)  diz “tudo bem, podemos usar o seu anel do dedo mindinho.  (Quanto simbolismo !!!) como resposta ele retruca “Esse anel? Mas eu adoro esse anel”.    Nesse cenário, ficam noivos. 

Será que falta lucidez ao se contentar com o pouco? Ou é simplesmente uma forma de autoproteção perante a felicidade que chega e pode escorrer pelos nossos dedos da mesma maneira. 

A família colabora para que ela continue a carregar essas crenças.   Ao contar para o pai que vai casar o pai relembra seu azar.  Diz que se houve um falecimento é melhor não casar novamente.  Já sua mãe acredita ser ótimo ela casar com um homem que não ama, apenas gosta. “Isso dá controle para a mulher”.  

O que será que está por trás dessa frase? Mulheres demais perdem o seu auto-regulamento emocional no amor? 

Como é importante fazermos nosso filtro. Até mesmo das pessoas que mais nos amam.  Essas também têm suas dores. Se desapegar de crenças alheias. 

A mãe de John (noivo da Cher) está doente e prestes a morrer e por isso John precisa viajar para vê-la e enquanto viaja pede para Loretta chamar seu irmão que não fala há cinco anos por conta de uma briga.

E é aí que tudo muda para Loretta. Ao encontrar o irmão do noivo, um padeiro sem parte da mão esquerda que se sente vítima de um mundo cruel também no amor.  Desiludido ao ser abandonado noivo quando teve o acidente com sua mão e foi abandonado se fechou para o amor.  A flecha do amor acaba tomando outros rumos e Loretta (Cher), personagem principal acaba se envolvendo com seu futuro cunhado.  E o feitiço foi lançado. 

Será que esse amor nasceu fruto de um espelho? Duas almas machucadas demais pelo amor.  Certamente, os sentimentos de carência ajudou a unir àqueles corações, o resto fica a cargo da lua e seus mistérios.  

Um filme cheio de poesia, com narrativas marcantes, simbolismos que nos acorda para a beleza e o incontrolável amor!

Aproveitem para fazerem as reflexões de vocês! 

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